Infraestrutura puxou setor de construção em algumas regiões do país

January 23, 2013 | Categoria: Engineering

Por De São Paulo

Grandes projetos de infraestrutura impulsionaram a construção no Norte e Sudeste, contrabalançando a perda que a indústria representou para o desenvolvimento dessas regiões em 2012. Embora os números do mercado de trabalho apontem que a construção manteve, no ano passado, a trajetória de desaceleração iniciada um ano antes, no segmento de infraestrutura o ano foi de retomada.

Esse movimento, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), marca uma mudança de perfil no setor de construção que se consolidará no decorrer de 2013, com a infraestrutura ganhando fôlego e o segmento de edificações crescendo de forma mais moderada.

Levantamento da FGV, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o emprego em obras de infraestrutura cresceu 12,4% no Norte e 12,2% no Sudeste entre janeiro e outubro do ano passado em relação ao mesmo período de 2011, evoluindo acima da média nacional do segmento, de 8,3%. A criação de vagas em todos os ramos da construção aumentou 6,6%, menos que os 8,8% de 2011.

O segmento de infraestrutura, que em 2011 demitiu, voltou a contratar em 2012, impulsionado por obras como as usinas de Belo Monte (PA) e Jirau (RO), a transposição do rio São Francisco, as ferrovias Norte-Sul, Leste-Oeste e Nova Transnordestina, além das obras em rodovias por todo o país e os preparativos para a Copa de 2014.

"A atividade em infraestrutura mobilizou muito a economia no Norte devido à renda gerada por ela. Houve uma mudança na dinâmica de vários setores", observa Ana Castelo, coordenadora de estudo da construção da FGV.

Já o setor imobiliário, que nos dez primeiros meses de 2011 ampliou em quase 10% sua força de trabalho, teve crescimento bem mais modesto no mesmo período do ano passado - 3,6%. A desaceleração foi sentida com mais força no Nordeste, onde o ritmo de contratações caiu pela metade e não houve uma compensação do segmento de infraestrutura, como aconteceu no Norte e Sudeste.

"Tivemos em 2012 o encerramento de um ciclo de empreendimentos iniciados dois anos atrás. Devido ao desaquecimento da economia nesse período, não houve um novo ciclo com a mesma intensidade", diz Ana. A economista, entretanto, estima que 2013 será um ano de recuperação de fôlego para o setor. (FL)

o do�P e.�� �e a iminência de algum problema afetar a geração de caixa da companhia, é preciso embutir esse risco na cotação. Segundo Pimentel, o objetivo da análise sob o viés da sustentabilidade é avaliar de forma mais precisa este risco. O consultor pondera que este trabalho segue a mesma linha do processo tradicional da análise fundamentalista. A diferença é que são adicionados critérios sociais e ambientais à avaliação econômico-financeira da companhia.

 

"A análise acaba ficando muito mais completa", afirma Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco. Para a especialista, a iniciativa é interessante e coloca em vantagem quem conseguir incrementar primeiro a sua capacidade de avaliação.

O economista Hugo Penteado, da gestora de recursos do Santander, concorda. "Quando o investidor aborda como a empresa atua nessa direção, está avaliando não apenas se a companhia leva o meio ambiente em consideração nas decisões dos seus negócios, mas acima de tudo se ela possui uma boa gestão de riscos", diz Penteado. "O viés da sustentabilidade é considerado uma excelente análise de riscos, pois aprofunda e toca em temas que não são percebidos pelas avaliações tradicionais, antecipando temas e prevenindo a empresa de eventos indesejáveis."

Na dimensão social, Pimentel, da Dinamus, afirma que é levada em conta a relação da empresa com trabalhadores próprios e terceirizados, fornecedores, clientes e com a comunidade. Pelo lado ambiental, são observadas a eficiência energética, de uso de insumos e matérias-primas, a gestão dos resíduos sólidos, efluentes e a emissão de gases, além da qualidade e quantidade dos recursos hídricos. "São questões que podem trazer multas e restrições à capacidade de a empresa continuar operando", afirma Pimentel.

Observando esses critérios, a equipe da Dinamus projetou o impacto de eventos negativos em empresas com menor e maior risco de enfrentar problemas socioambientais. Pelo levantamento, as companhias mais sustentáveis sofreriam uma depreciação menor na cotação de suas ações caso viessem a enfrentar uma crise. "O estudo demonstrou a magnitude do impacto de um problema socioambiental dadas a exposição e a forma como as empresas gerem questões dessa natureza", diz Pimentel. A diferença no setor da construção civil é grande. As empresas menos sustentáveis poderiam perder 51% do valor de mercado em meio a um problema desta natureza. As mais sustentáveis perderiam 5,4%.

Na opinião de Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da Itaú Asset, ao incluir as questões socioambientais em sua tomada de decisão, o investidor não está tentando ser generoso e solidário. Está, na verdade, preocupado em enxergar os riscos reais apresentados pelas empresas. "É comprovado que, quanto mais transparente, mais preocupada com o cliente e com o meio ambiente é a empresa, mais sustentável no longo prazo é o seu modelo de negócios", afirma.