São Paulo deseja 69% da matriz energética de fonte renovável até 2020

July 05, 2013 | Categoria: Energy

Tatiana Resende, da Agência CanalEnergia, do Rio de Janeiro, Planejamento e Expansão 

A inserção da energia solar na matriz energética brasileira é um esforço que vem sendo feito em conjunto por empresas, governos e agências reguladoras. O tema foi discutido na manhã desta sexta-feira, 5 de julho, durante o Fórum CanalEnergia/Cogen: potencial e perspectiva da energia solar no Brasil, no Rio de Janeiro. O debate contou com a participação do especialista em regulação da Superintendencia de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel, Daniel Vieira, do superintendente de energias roneváveis da Itaipu, Cícero Bley e  do subsecretário de energias renovaveis de São Paulo, Milton Lautenschlager.

O subsecretário de São Paulo comentou sobre a intenção do estado em ter, até 2020, 69% da sua matriz energética com fontes renováveis. Atualmente, o estado acumula 55% da sua matriz com fontes limpas. "O potencial do estado é muito grande. Temos insolação solar diária mensal semelhente a algumas das melhores áreas do Nordeste e com a redução crescente dos preços dos paineis fotovoltaicos e todos os benefícios que essa fonte traz consigo, não vejo outro caminho senão esse", comentou Lautenschlager.

Além dos incentivos fiscais e econômicos, o subsecretário também ressaltou a importância dos incentivos regulatórios. "Apesar de todos esses incentivos, ainda ressalto que os leilões por fonte e por região são essenciais para que esse tipo de fonte seja implementada, de fato, no país".

A fim de contribuir com a produção de painéis fotovoltaicos no Brasil, Cícero Bley, da Itaipu, comentou sobre o atual estágio do projeto Green Silicon, que pretende implantar a cadeia produtiva dos paineis no Brasil com o desenvolvimento da tecnologia para purificação do silício, matéria prima para a produção dos paineis.

De a acordo com Cícero, o país teria um imenso potencial para o desenvolvimento dessa cadeia uma vez que, atualmente, o Brasil exporta cerca de 230 mil toneladas de quartzo por ano. "Tempos uma enorme reserva dessa matéria-prima aqui e precisamos exportar o que é nosso para comprar de volta em um outro estado. Uma vez que cerca de 60% a 70% do custo de fabricação dos paineis é a energia utilizada no processo, utilizando a energia de Itaipu poderíamos reduzir o preço desses equipamentos e tornar a implantação dos paineis mais viável", comentou.

A ideia seria implantar um complexo industrial para tratar cerca de 6 mil toneladas de silício metalurgico por ano. A produção desse complexo poderia, em 10 anos, abastecer cerca de 4,4 milhões de residências com paineis solares fotovoltaicos. "A energia gerada em um ano será 13 vezes maior do que a energia utilizada para a fabricação desses paineis. É uma forma inteligente de suprir a demanda energética do país e de forma sustentável".

O projeto encontra-se ainda em fase de estudos de viabilidade econômica  com previsão para entrega em janeiro de 2014.