Energia Solar: geração distribuída e centralizada puxam alta enquanto isolada segue em maturidade no Brasil

July 15, 2013 | Categoria: Energy

Por Vinicius Vargas

O mercado de energia solar no Brasil chama atenção tanto pela radiação média anual quanto pelo seu potêncial de crescimento, sendo possível observar a entrada de empresas estrangeiras e nacionais neste setor. No mundo, a fonte foi impulsionada por políticas de fomento de geração distribuída na Europa ou pelos investimentos principalmente chineses em grande usinas. Os custos apresentam quedas todos os anos, novas empresas estão entrando no mercado e especialistas estimam uma maior eficiência dos equipamentos solares. Todos estes fatores reforçam a viabilidade da fonte e suas vantagens

A geração em sistemas isolados – aqueles que não estão conectados ao SIN (Sistema Interligado Nacional) – por motivos de viabilidade operacional ou financeira, por anos, criou uma oportunidade para a implementação dos painéis solares em regiões remotas. Contudo, este mercado ainda é considerado incipiente no país e, para o desenvolvimento mais sólido da fonte e criação de uma indústria local, é necessário ter um ganho de escala, não somente suportado pela geração em sistemas isolados mas também por projetos de geração centralizada (geração acima de 1 MW)  e distribuída (geração abaixo de 1 MW). Segundo estimativas da consultoria Frost & Sullivan, a capacidade instalada do mercado de geração solar ao final de 2012 era próximo de 37,1 MW com potêncial para atingir 380,17 MW  ao final de 2017.

No ano de 2013 o crescimento de capacidade instalada  da fonte é projetado para dobrar em relação à 2012. Juntamente com o conhecimento por parte da população da Resolução 482/2012 e também com 80% dos projetos de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sendo finalizados no segundo semestre é possível fundamentar as projeções. A consultoria estima que o crescimento para o ano de 2013  poderá chegar a 30 MW, 2014 próximo de 60 MWe para os próximos anos consideramos um crescimento mais acelerado, resultando em um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 71.20% para os anos de 2012 à 2017, puxada pela realização de eventos internacionais, projetos de P&D da Aneel e também pelo desenvolvimento do mercado de micro e minigeração.

Toda a cadeia de valor deste mercado espera um leilão específico por fonte solar, podendo assim impulsionar todas as projeções realizadas. Empresas estão otimistas que poderia ocorrer no primeiro semestre de 2014, porém, órgãos do governo não mostram sinais que dentro do curto prazo isso seja possível. Notamos que o governo brasileiro ainda aguarda uma redução dos preços por MWh e dos custos para atender este pedido. Em tempos de construções de grandes usinas hidrelétricas, acionamentos de termelétricas e redução de tarifas para clientes ocorre uma dificuldade para o leilão, no qual o preço por MWh acima das outras fontes significaria um aumento do custo de geração no país, não agregando segurança do insumo ao sistema, indo na contramão dos objetivos de modicidade tarifária e segurança energética.

Apesar de um mercado ainda em desenvolvimento, podemos vislumbrar inúmeras oportunidades no setor.Empresas afirmam que muitas delas atendem nichos específicos e conseguem evitar o conflito direto com as concorrentes. As maiores companhias apostam nos consumidores de baixa ou média tensão para consumo próprio para alavancarem suas receitas e capacidade instalada.

Impulsionada pela Resolução 482/2012 que estabelece normas e procedimentos para micro e minigeradores, propondo um sistema de compensação de energia (Net Metering), a geração distribuída cria um novo e importante nicho para as empresas do setor explorarem,  visando os consumidores interessados na instalação dos painéis solares em suas respectivas residências, indústrias ou empreendimentos comerciais. Este sistema garante que a energia não consumida no momento de sua produção possa ser injetada na rede resultando em créditos em kWh na conta de luz. A geração centralizada se fortalece com inúmeros projetos em fase final por parte das empresas estrangeiras e por confirmar sua viabilidade no exterior.

Portanto a Frost & Sullivan reforça o potêncial de mercado que a geração solar está apresentando e estima que o mercado será alavancadopelo aumento da demanda de projetos de geração distribuida e centralizada. Enquanto que a geração nos sistemas isolados continuará a crescer de maneira mais estável.