Abinee recorre ao MME para aumentar competitividade da indústria GTD

August 07, 2013 | Categoria: Energy

Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas 
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Humberto Barbato, está preocupado com o aumento das importações e com a perda de competitividade da indústria do setor de Geração, Transmissão e Distribuição. Na tentativa de reverter a situação, o executivo se encontrou nesta terça-feira, 6 de agosto, com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. A ideia é definir políticas que possam ajudar esse segmento da indústria brasileira a retomar sua competitividade.

"Viemos comentar o crescente aumento das importações e a necessidade de buscarmos definir políticas que possam fazer com que a indústria GTD volte a ter competitividade, volte a poder não só exportar, como atender perfeitamente o mercado nacional", destacou Barbato em entrevista à Agência CanalEnergia. Dados da balança comercial mostram que a área de GTD, historicamente superavitária, tem apresentado, desde 2009, sucessivos déficits, atingindo US$ 1,1 bilhão em 2011 - valor recorde. Em 2012, o saldo negativo chegou a US$ 740 milhões.

De acordo com Barbato, somente nos seis primeiros meses de 2013, o déficit atingiu US$ 624 milhões, ou seja, 72% acima do mesmo período do ano passado - US$ 363 milhões. "Se mantivermos esse ritmo, vamos bater o recorde negativo da balança comercial do segmento", disse o executivo. Segundo ele, é preciso atacar os pontos que são "nevrálgicos" para esse segmento do setor elétrico e eletrônico.

Barbato contou que a ideia é conversar com cada um dos fabricantes dos diferentes produtos para perguntar qual o ponto de maior preocupação. "Vamos analisar cada caso, cada produto, porque a área de GTD é uma área muito ampla. Vamos conversar com cada fabricante e discutir com eles que proposta que a gente pode trazer para o governo", comentou. A Abinee ficou de apresentar essas propostas ao MME no prazo de 30 a 45 dias. No entanto, Barbato ponderou que essas propostas não podem trazer aumento no custo da energia elétrica.

"O secretário Márcio Zimermann falou que está de portas abertas para ouvir as propostas que a Abinee tenha a fazer. Essas propostas não são apenas para resolver o problema hoje, mas resolver o problema no longo prazo. A desoneração da folha de pagamentos, por exemplo, foi muito importante para o setor, mas ela sozinha não dá conta do recado", avaliou.