Leilão regional em São Paulo ocorrerá depois das eleições, diz secretário de Energia

July 10, 2014 | Categoria: Energy

Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, Planejamento e Expansão 

O leilão regional de energia, que o estado de São Paulo está formatando, deverá ocorrer apenas depois das eleições deste ano. A previsão é do secretário estadual de Energia, Marco Antonio Mroz. A ideia é de terminar o termo de referência entre os meses de agosto e de setembro para que depois de outubro possa se realizar o certame que deverá contar com projetos de geração solar fotovoltaica, biogás e, principalmente, com biomassa.

De acordo com o executivo, a ideia do governo é de atuar como um facilitador entre os empreendedores que possuem projetos e os consumidores que precisam de energia por um longo período. Com isso, a meta é, além de incentivar e aumentar a presença das fontes renováveis de geração na matriz do estado, evitar que indústrias deixem o estado em função da indisponibilidade de energia.

“Basicamente o prazo dos contratos serão de 20 a 30 anos de fornecimento, mas há fontes como o biogás que não precisam desse tempo todo. Então vai ser de acordo com a necessidade de cada fonte”, explicou o secretário em entrevista à Agência CanalEnergia. “Depois de fechados os contratos, que serão bilaterais, o estado sai de cena”, acrescentou.

Apesar de ver todas as fontes previstas a participar do leilão, o executivo acredita que a biomassa deverá ser a de maior destaque no certame em capacidade instalada. Segundo ele, há um grande potencial de geração por meio da biomassa de cana-de-açúcar. O problema, continuou ele, é que as usinas precisam de credibilidade para vender a energia ao mercado.

Essa quebra de credibilidade está associada ao fato de que o governo federal mudou sua política energética com o tempo. Na avaliação de Mroz, foram oito anos incentivando a biomassa para depois abandonar o setor e passar a acreditar mais no combustível fóssil, em referência à reserva de petróleo e gás natural do pré-sal.

Quanto à solar e eólica, Mroz diz que há potencial e projetos no estado. As principais vantagens locais são a proximidade com o centro de consumo e a existência da rede estruturada de escoamento da produção.

 

A primeira, lembrou o secretário, já está com projetos em desenvolvimento no oeste do estado, local de maior insolação. Ele comparou que estudos mostram que o potencial solar naquela região paulista é 7% menor que no norte da Bahia, mas que a existência da infraestrutura de envio dessa energia ao centro de carga atrai investidores, inclusive, há empreendedor que optou por se instalar em São Paulo e não no Nordeste por esta razão, mesmo com a terra sendo de maior valor para a instalação. “Projetos de 20 MW de capacidade já são competitivos por aqui”, disse Mroz. "No caso da eólica o potencial no estado é menor, mas segue o mesmo sentido da solar”, finalizou.