Fornecedores analisam o ciclo de vida

September 26, 2012 | Categoria: Engineering

O mercado da construção civil mudou muito e hoje arquitetos questionam o impacto ambiental do produto que vão utilizar, segundo Tim Cole, diretor de iniciativas ambientais da Forbo Flooring, fabricante de pisos presente em 36 países, com faturamento de quase US$ 1,3 bilhão em 2011. "Adotamos a ferramenta da análise do ciclo de vida, que permite avaliar impactos, desde a escolha das matérias-primas até o descarte, para desenvolver o marmoleum, um laminado de alta durabilidade feito de materiais renováveis, como pó de madeira e semente de linhaça. Custa 20% mais que nosso piso tradicional, mas já representa 80% de nossa produção", afirma Cole.

Mas ele confessa: "O portfólio da Forbo ainda tem produtos não tão sustentáveis, à base de PVC. Como contrapartida, investimos na ecoeficiência das linhas de produção e redesenhamos os produtos para consumirmos menos matéria-prima".

Vitrine para produtos sustentáveis na construção civil, a 3ª Expo GreenBuilding Brasil, realizada na segunda semana de setembro em São Paulo, confirmou as tendências apontadas por Tim Cole. De um lado, grandes empresas criam linhas de produtos amigos do ambiente, sem abandonar a produção tradicional.

É o caso da Sherwin-Williams, com sua linha Eco integrada à marca premium Metalatex. Lá estão desde tintas à base de água, até a recém lançada Metalatex Telha Térmica, que, segundo a indústria, reflete a radiação solar, melhorando o conforto térmico interno, o que reduz o consumo de energia.

A Otis, que contabiliza 2,5 milhões de elevadores e escadas rolantes da marca em operação no mundo, também inova. Desenvolveu a linha Gen, de elevadores regenerativos. Os drives desses equipamentos capturam o calor da casa das máquinas, que se dispersava no ambiente, devolvendo-o como energia para a rede elétrica do prédio, com ganhos de até 75% no consumo energético, garante o fabricante.

Já empresas menores entendem produtos sustentáveis como única via. Criada em São Paulo em 2009 por dois jovens entusiastas que não se intimidaram com o alto risco do investimento, a Ciclo tem como carro chefe a produção de telhas a partir de materiais reciclados. "Nossa matéria-prima é a embalagem longa vida. Temos parceria com a Klabin e Suzano que faz a separação do papel, sobrando um composto de plástico e alumínio.